quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pai nosso

                    Àdúrà  baba wa.
                    Oração do pai nosso.

 Baba wa tí ń bẹ ní ọ̀run, kí orúkọ rẹ di sísọ di mímọ́. Kí ìjọba rẹ dé. Kí ìfẹ́ rẹ ṣẹ, gẹ́gẹ́ bí ní ọ̀run, lórí ilẹ̀ ayé pẹ̀lú. Fún wa lónìí oúnjẹ wa fún ọjọ́ òní; kí o sì dárí àwọn gbèsè wa jì wá, gẹ́gẹ́ bí àwa pẹ̀lú ti dárí ji àwọn ajigbèsè wa. Má sì mú wa wá sínú ìdẹwò, ṣùgbọ́n dá wa nídè kúrò lọ́wọ́ ẹni burúkú náà. 

                            Ààmin



Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, como no céu, assim também na terra.  Dá-nos hoje o nosso pão para este dia;  e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos os nossos devedores.  E não nos leves à tentação, mas livra-nos do Maligno.

                          Amém




Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

1. Baba wa tí ń bẹ ní ọ̀run.
   Pai nosso, que estás nos céus.

Baba, bàbá = pai, mestre.
Wa = nosso.
= que.
Ń bẹ = estás.
Mbẹ = estar.
= no, na, em.
= ter, possuir. 
= antiga forma que a palavra   tomava quando seguida por palavra iniciada por vogal diferente de i.
Ọ̀run = céu.

2. Kí orúkọ rẹ di sísọ di mímọ́.
  Santificado seja o teu nome.

= que.
Orúkọ = nome.
Tìrẹ, rẹ, ẹ = teu, seu, sua, de você.
Tirẹ̀, tiẹ̀,  rẹ̀, ẹ̀ = dele, dela.
Di = tornar-se.
Sísọ = fala, pronunciamento, discurso.
Mímọ́ = santificado, santo, puro.
Bọ̀wọ̀ fún = honrar, mostrar respeito.

3.  Kí ìjọba rẹ dé.
 Venha o teu Reino.

= que.
Ìjọba = reino.
Tìrẹ, rẹ, ẹ = teu, seu, sua, de você.
= vir, chegar, atingir.

4. Kí ìfẹ́ rẹ ṣẹ.
  Seja feita a tua vontade.

= que.
Ìfẹ́ = vontade.
Tìrẹ, rẹ, ẹ = teu, seu, sua, de você.
= tornar-se realidade.

5. Gẹ́gẹ́ bí ní ọ̀run, lórí ilẹ̀ ayé pẹ̀lú.
  Como no céu, assim também na terra.

Gẹ́gẹ́ bí = como, assim, de acordo com, exatamente.
= no, na, em.
Ọ̀run = céu.
Lórí  = sobre.
Ilẹ̀ ayé = planeta terra.
Ayé, àiyé = mundo, planeta.
Pẹ̀lú = também.
Bí...ti = depois que, quando
Bí...ti = tanto quanto
Aṣe = seja feita.
Nṣe = fazendo.
Ṣe = fazer, agir, causar, desempenhar. 


6. Fún wa lónìí oúnjẹ wa fún ọjọ́ òní.
  Dá-nos hoje o nosso pão para este dia.

Fún wa = dá-nos.
Lóní = hoje, neste dia.
Oúnjẹ = comida, refeição.
Wa = nosso, nossa.
Fún = para, em nome de.
Ọjọ́ = dia.
jọ́ ò = este dia


7.  Kí o sì dárí àwọn gbèsè wa jì wá.
  E perdoa-nos as nossas dívidas.

= que.
O = você.
e, além disso, também. Liga sentenças, porém, não liga substantivos; nesse caso, usar " àti". É posicionado depois do sujeito e antes do verbo.
Àti = e.
Dáríjì = perdoar.
Àwọn = eles, elas. Indicador de plural.
Gbèsè = débito, divida.
Ẹ̀ṣẹ̀ = pecado, ofensa, crime, iniquidade.
Ọṣẹ́ = injúria, ofensa, afronta.
Wa = nosso, nossa.
= vir.

8. Gẹ́gẹ́ bí àwa pẹ̀lú ti dárí ji àwọn ajigbèsè wa.
  Assim como nós também perdoamos os nossos devedores.

Gẹ́gẹ́ bícomo, assim, de acordo com, exatamente
Àwa, a = nós.
Pẹ̀lú = também.
Ti = já. Indica uma ação realizada. 
Dárí jìperdoar.
Àwọneles, elas. Indicador de plural.
Ajigbèsè = devedor. 
Wa = nosso, nossa.

9. Má sì mú wa wá sínú ìdẹwò.
 E não nos leves à tentação.

= não.
e, além disso, também. Liga sentenças, porém, não liga substantivos; nesse caso, usar " àti". É posicionado depois do sujeito e antes do verbo.
Mà, ma = sem dúvida, com certeza. É usada para expressar uma forçasupresa ou ênfase, indicando uma ação positiva. 
Máa, maa = colocado antes do verbo, dá um sentido polido a uma ordem.
Mafà wa = livra- nos.
= tirar, remover, puxar.
= levar. 
Wa = nos. 
= procurar por, buscar, vasculhar. Vir. Tremer de nervoso. Preparar. Dividir, partir em pequenos pedaços.
Sínú = para dentro de.
Ìdẹwò = tentação, armadilha.
Ìdánwò = tentativa, experiência, exame.

10. Ṣùgbọ́n dá wa nídè kúrò lọ́wọ́ ẹni burúkú náà.
  Mas livra-nos do Maligno.

Ṣùgbọ́n, àmọ́ = mas, porém.
= cessar, interromper, parar, ser raro, ser escasso. Atingir, acertar, bater. Abandonar, desertar. Estar bem. Causar. Arrancar o inhame. Quebrar o que é compacto, rachar. Derrubar em uma luta. Contribuir. Confiar. Estar inativo. Consultar. Criar, fazer, favricar.
= indica uma ação que se faz sozinho. Ó dá jó - Eu fiz um solo de dança.
= partícula que pode ser traduzida por "fazer com que"e usada com nomes ligados às partes do corpo, emoções etc. Ó dá mi lágara - Ela cansou minha paciência.
Dá wa nídè kúrò = livrai-nos do.
Nídè = ter vínculo, ter ligação.
= unir, ligar, apertar.
= por.
Kúrò = afastar-se, mover-se para, distanciar-se.
Lọ́wọ́ = mãos. Usado no sentido de dar apoio  e segurança a alguma coisa.
ni burúkú = malígno, perverso, ímpio.
Bìlísì = mal (do hauçá e do árabe iblis). Kí Ọlọ́run gbà wa lọ́wọ́ bìlísì - Que Deus nos livre das mãos do mal.
Náà = também, o mesmo.
Náà = o, a, os, as.
Náà = aquele, aquela, aquilo.
Àmí, ààmin = amém, assim seja.

domingo, 19 de abril de 2015

Congresso nacional

Kọ́ngrésì ti orílẹ̀-èdè  ọta, màlúù àti Bíbélì Mímọ́.
Congresso nacional da bala, do boi e da bíblia.

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Kọ́ngrésì Onítọmọorílẹ̀-èdè, s. Congresso nacional.
Ti orílẹ̀-èdè, ti ilẹ̀, adj. Nacional.
Ọta, s. Bala.
Màlúù, s. Boi.
Àti, conj. E. Usada entre dois nomes, mas não liga verbos.
Bíbélì mímọ́, s. Bíblia.
Mímọ́, adj. Limpo, puro, íntegro, sagrado.



 Elegemos parlamentares que, unidos, formaram o que vem sendo vulgarmente conhecido como Congresso BBB.  Seus  membros estão comprometidos com os interesses da Bala, do Boi e da Bíblia

Por Gabriela Cunha Ferraz*
bancada da bala
bancada da bala

O país está dividido, e, em meio a tantas incertezas, nossa única certeza é que, hoje, existem, escancaradamente, bancadas parlamentares estruturadas e com pautas claramente conservadoras, fundamentalistas e machistas.

Elegemos parlamentares que, unidos, formaram o que vem sendo vulgarmente conhecido como Congresso BBB porque seus membros estão comprometidos com os interesses da Bala (indústria armamentista); do Boi (ruralistas) e da Bíblia (evangélicos). Aqui, para reduzir o estresse mental, vamos nos ater ao impacto destrutivo da chamada Bancada da Bala.

Na tarde do dia 25 de março, a bancada da bala, depois de bradar pela redução da maioridade penal de manhã, se reuniu na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para debater a situação dos haitianos e os problemas sanitários (doenças) e criminais que trazem para o país.

Essa discussão, além xenófoba e discriminatória, atesta que temos uma bancada de parlamentares, eleitos pelo povo, sim, mas que legislam em causa própria e de acordo com interesses escusos e nada democráticos. Interesses estes motivados por rechonchudos financiamentos privados de campanha, oriundos de empresas que precisam manter representantes particulares no Congresso.

Significa dizer que o discurso sobre a suposta impunidade que explica o permanente estado de insegurança no qual hipoteticamente vivemos é, no frigir dos ovos, uma grande falácia que encobre o verdadeiro foco do problema. Os financiamentos privados de campanha fazem com que alguns dos parlamentares eleitos precisem se manter fiéis aos discursos das empresas que ajudaram a elegê-los.

É preciso manter um discurso alarmista sobre a segurança pública porque a criação desse estado social é lucrativo e favorece um grupo determinado de pessoas que, ao longo dos anos, vem se tornando cada vez mais rico e poderoso. Muitos dizem saber disso, mas poucos parecem ter noção das reais implicações e consequências dessas relações. Esclarecendo: Quem manda nesse país não são os parlamentares, eles apenas fazem cena e chamam os holofotes para si, tentando apagar que os verdadeiros donos do país: o capital.

Dos 33 titulares da comissão de segurança pública, 17 (51%) são parlamentares pertencentes a corporações patriarcais e conservadoras como as Polícias Militar, Civil e Federal, Exército e Bombeiros. Sendo maioria, eles conseguem estar presentes em todas as importantes votações apoiando uns aos outros, concordando com os votos dos colegas e afastando a participação dos movimentos sociais de base, que passam a ser sumariamente excluídos do grupo seleto de pessoas com direito a voz. Considerando que os militantes dos direitos humanos não estão abertos a serem financiados por empresas que violam diuturnamente esses direitos e liberdades individuais, talvez sejamos definitivamente rechaçados dentro da própria casa do povo.

O cenário está longe de ser razoável. Na pauta do dia temos um Projeto de Emenda Constitucional que reduz a idade da maioridade penal, ferindo uma importante cláusula pétrea e desconsiderando o maior texto da nossa República. De outro lado, marcos legais que ampliariam direitos, como o fim das revistas vexatórias, a regulamentação das audiências de custódia e o fim dos autos de resistência, caminham com extremo vagar no Congresso.

O que esperamos do Poder Legislativo são parlamentares que escutem a voz da sociedade, se informem sobre as necessidades e anseios do povo, mas sem com isso descuidar dos direitos de grupos minoritários e vulneráveis. O que não precisamos são de fantoches guiados por grandes conglomerados econômicos. Queremos representantes participativos e assíduos que defendam os direitos humanos, mas estamos fartos de deputados que priorizam suas patentes, medalhas e uniformes.

Não, não precisamos de uma bancada com indivíduos que ratificam um discurso de ódio, o recrudescimento de penas e o estado de controle máximo, ao passo em que eles mesmos cometem verdadeiros crimes de racismo, além de incitação pública da violência institucional e do crime de estupro em plena sessão parlamentar, como no episódio que envolveu a ex-ministra Maria do Rosário.

Mas, o que esperar de um poder que organiza seus representantes em castas temáticas pela defesa de interesses particulares? Que rasguem a Constituição, oras.



*Gabriela Ferraz é advogada, mestre em Direitos Humanos pela Universidade de Strasbourg e coordenadora de advocacy do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania. Também atua como coordenadora do Cladem Brasil e como advogada da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (SP)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Consciência cósmica

 Ọkàn ti  ayégbogbo ẹ̀dáàgbáyé.                             Consciência cósmica.


Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).

Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).


Ọkàn, s. Coração, espírito, consciência.
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Ayégbogbo ẹ̀dáàgbáyé, s. Universo, cosmo.
Àgbáyé, s. Mundo, universo, planeta terra.
Ayé, àiyé, s. Mundo, planeta.
Ilẹ̀-ayé, ayé, àiyé. ilé-ayé, plánẹ́tì ilẹ̀-ayé, s. Planeta Terra.
Àwọn, wọn, pron. Eles elas.
Ìwò ojúàbùdá, s. Característica.
Àsopọ̀ kúántù, s. Conexão quântica.









1. Ọkàn ti  ayégbogbo ẹ̀dáàgbáyé (consciência cósmica).


   

     Condição ou percepção interior pela qual a consciência sente a presença viva do Universo e se torna una com ele, numa unidade indivisível; satori (Zen-Budismo); samadhi (Ioga).



2. Àwọn ìwò ojúàbùdá ti ọkàn ti  ayégbogbo ẹ̀dáàgbáyé (características da consciência cósmica).
                                             Richard Maurice Bucke







1. Luz subjetiva; a sensação de o indivíduo estar imerso numa nuvem luminosa.

2. Elevação moral, uma sensação de júbilo, de êxtase.

3. Iluminação intelectual, uma compreensão do TODO.

4 Senso de imortalidade, desaparecendo o medo da morte.

5. Instantaneidade e imprevisibilidade da experiência.

3. Àsopọ̀ kúántù (conexão quântica).
                                                                                          Fred Alan Wolf



      Há uma consciência superior? Podemos unir-nos a ela, tornarmo-nos conscientes da sua presença? Ao longo do de toda a história, os seres humanos sonharam e aspiraram a unir-se com seu Deus, qualquer que fosse o nome usado para invocá-lo. Talvez essa unidade esteja relacionada com a conexão quântica, ou conexão de Einstein, entre todos nós. Com certeza, a Física quântica ampliou nosso ponto de vista.
      Então, como devemos proceder? Como podemos aprender a sentir essa conexão? Como podemos aperfeiçoar nossa inteligência, nossa sensibilidade e o entendimento que temos de nós mesmos e do universo em que vivemos? A resposta é simples. Em primeiro lugar, devemos escolher entre alternativas. Queremos realmente ser mais inteligentes? Uma sensibilidade maior é algo que todos nós desejamos? Queremos de fato, entender o universo em que vivemos? Se uma resposta é afirmativa a todas essas pergunta lhe é importante, então você já está em contato com a consciência superior. Se, ao contrário, essas ideias não são importantes para você não haverá evidência alguma de consciência superior capaz de atingi-lo. A escolha não depende "dela", depende de você. Para ouvir as notícias, você precisa ligar o receptor. Para ligá-lo, você precisa, antes, querer ouvir as notícias.
      Creio que o processo de "sintonização" da consciência superior consiste numa auto-reflexão mais aprofundada.