sexta-feira, 3 de março de 2017

Àṣàyàn àkọ́kọ́ ẹrí-ọkàn dúdú.

  Àṣàyàn àkọ́kọ́ ẹrí-ọkàn dúdú.
Projeto consciência negra.


                                                                                                                                                           CADERNO CIÊNCIAS HUMANAS- PROJETO CONSCIÊNCIA NEGRA: EDUCAÇÃO PARA PRÁTICA DA ALTERIDADE.

I – IDENTIFICAÇÃO

           1.1. Instituição
           E.E. Comendador Antônio Figueiredo Navas - Promissão - SP

            1.2. Autores
             Professores das diferentes áreas do Ensino Médio, Fundamental e EJA

            1.3. Público Alvo
            Alunos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino de Jovens e Adultos (EJA)

           1.4. Problemática
           Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afrodescendente brasileira até hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades entre brancos e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que revertam o atual quadro.

           1.5. Finalidade
           No campo da educação, promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade deve-se partir de temáticas significativas, que propiciem condições para que os alunos e as alunas desenvolvam sua capacidade dialógica, tomem consciência de nossas próprias raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a cultura e formar a nação brasileira; pois, o preconceito e o racismo são uma das formas de violência. Diante disso, quais as situações que temos possibilidades de mudar? Qual seria a nossa contribuição concreta para viabilizar a conscientização das pessoas? São perguntas que o projeto prevê responder através de um olhar interdisciplinar

        1.6. Título
       Projeto Consciência Negra: Educação para prática da alteridade.



II - JUSTIFICATIVA

             "O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho, comemorar esta data é debater e refletir sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso país, estado e comunidade.
             O desafio de ensinar que também somos frutos desses elementos étnico-culturais, que contribuíram de várias maneiras para a formação da sociedade brasileira, não era tarefa fácil. Era preciso criar estratégias para o direcionamento da ação docente e que essas pudessem promover a reconstrução e a ressignificação de conceitos, contextos e métodos que auxiliassem na narrativa do professor.
Nas últimas décadas, a historiografia vem apresentando uma série de novos trabalhos que procuraram renovar a percepção sobre a escravidão negra e nossa sociedade ao longo da história. A forma de enxergar a participação do escravo nas ações e práticas cotidianas também foi repensada.
             Uma abordagem sobre a escravidão que considera simplesmente a violência física e a opressão sobre os escravos - e que não os observa enquanto sujeitos que procuraram vencer o cativeiro, provocando outras ações além de fugas e agressões a seus senhores - já não é mais recomendada para o ensino na escola.
O conhecimento histórico não é imutável e pode ser revisto à medida que o campo científico avança, que nos leva a refletir constantemente sobre a nossa formação e os saberes docentes que reunimos para realizar o trabalho em sala de aula.
             Hoje, a lei brasileira obriga as escolas a ensinarem temas relativos à história dos povos africanos em seu currículo. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) estabelecem que a diversidade cultural do país deve ser trabalhada no âmbito escolar. "A sociedade em que vivemos valoriza outro estereótipo, o que resulta na invisibilização do negro. Isso tem um efeito bastante perverso: as crianças negras nunca se vêm e o que elas olham é sempre diferente delas", explica Roseli, que coordenou o grupo responsável pelo documento sobre Pluralidade Cultural nos PCNs. "A pluralidade cultural é um tema que pode ser abordado de forma transversal, em várias disciplinas", conclui. Estratégias simples, como a introdução de bonecas negras, podem ter um efeito positivo para reforçar a identificação cultural dos alunos negros. "Revelar a África pela própria visão africana também surte efeito. O continente produz cultura, histórias e mitologia, o que a perspectiva eurocêntrica não nos deixa ver", diz Oswaldo de Oliveira Santos Junior, pesquisador do Núcleo de Educação em Direitos Humanos da Universidade Metodista de São Paulo.
             Em meio à diversidade de valores e culturas a que estamos inseridos, faz-se necessário repensarmos nossas ações diante das atitudes de desrespeito com os afrodescendentes que formam a maioria da população brasileira sendo historicamente discriminados e desrespeitados em suas raízes e manifestações.
Assim sendo, percebe-se a necessidade de um trabalho constante desde as sérias iniciais até o ensino médio, proporcionando debates constantes, momentos de reflexão e valorização da cultura Africana, compreendendo sua importância para diálogo e convivência harmônica com a diversidade".
 Em concordância com os pesquisadores e PCNs do aludido texto citado, nós professores da Instituição de ensino " E.E.Comendador Antônio Figueiredo Navas",elaboramos nosso projeto com algumas alterações em relação ao texto original.
III- OBJETIVOS

             3.1. OBJETIVO GERAL

             Levar os alunos a refletirem sobre a diversidade étnico-cultural para compreenderem que cada povo possui sua identidade própria, presente nas crenças, costumes, história e organização social. Além disso, promover a autoestima e a prática da alteridade. Assim, incentivar  o respeito às diferenças de qualquer gênero para a valorização do ser humano e da identidade cultural de todos os povos, para que dessa forma, mudanças significativas na prática social sejam percebidas e seja efetivado o desenvolvimento da consciência cidadã.

               3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Promover o crescimento do aluno como ser  reflexivo,crítico e ético;
• Oferecer aos alunos conhecimentos que lhes permitam buscar a superação do racismo e preconceito;
• Desenvolver a co-responsabilidade pela vida social como compromisso individual e coletivo;
• Destacar as diferentes formas de racismo e discriminação através do resgate da memória cultural do povo negro;
• Estimular o respeito aos direitos humanos e exclusão de qualquer tipo de discriminação;
• Trazer à tona discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais crítico frente à realidade social em que vivemos.

IV - CONTEÚDO/METODOLOGIA

             A prática de ensino objetivada neste projeto visa promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade.
Sugestões de atividades:

           Língua Portuguesa
• Pesquisar palavras de origem africana;
• Produzir, utilizando diferentes formas de expressão, textos individuais e coletivos sobre os debates e as reflexões do assunto;
• Leitura e produção de textos de diferentes gêneros sobre preconceito racial;
• Leitura de imagens: várias realidades vivenciadas por negros.

          História

• Refletir em relação ao início do racismo no Brasil;
• Reconhecer a herança cultural dos negros;
• Refletir e opinar sobre o papel do negro na formação da nação brasileira;
• Debater temas como: Preconceito racial/ O processo de abolição;
• Apresentação de figuras ilustres negras e mestiças da história brasileira passada e atual, bem como de pessoas afro brasileiro do convívio dos alunos.

           Geografia

• Localizar comunidades negras no Brasil;
• Formação do povo brasileiro;
• As migrações.

          Sociologia e Filosofia

• Contextualização de temas como: A África – Apartheid - Preconceito racial;
• Contribuições das civilizações africanas para a formação da sociedade brasileira.
. Afrocentricidade.
. Reflexão sobre intolerância à religião afro-brasileira.

            Ciências/Física/ Química/ Biologia

• Genética dos negros (presença ou ausência de melanina);
• Doenças endêmicas de origem africana;
• Leitura e análise de textos que refletem as condições subumanas vivenciadas por muitos negros em nosso país.

            Matemática;

• Textos que retratem a discriminação racial contendo dados numéricos;
• Elaboração de questionário e realização de pesquisa sobre discriminação racial;
• História da Matemática;
• Construção e análise de gráficos.

             Artes e Educação Física

• Observar manifestações de arte realizadas pelos povos afro-brasileiros;
• Vivenciar através de músicas sobre o tema um pouco da cultura africana através do canto e de dramatizações;
• A influência africana na nossa culinária, na dança, na música, na vivência religiosa e no jeito de ser brasileiro;
• Apresentação de peças teatrais, fantoches, recitais, exposições.

            Inglês

• Identificação e tradução de palavras referentes aos seguintes temas: Pobreza, Discriminação e Injustiça;
• Trabalhar textos e músicas voltadas  para os aspectos raciais.

Após a realização das atividades o projeto culminará com um evento que envolverá toda a comunidade escolar interna através das apresentações no dia 20 de novembro de 2017.  Projeto consciência negra: "Educação para prática da alteridade".

V – CRONOGRAMA

        Março- Elaboração do projeto.
        Desenvolvimento das atividades durante o ano letivo
        1º a 19 de novembro- Organização da apresentação do projeto do dia da Consciência Negra.
        20 de novembro- Apresentação "Educação para prática da alteridade - consciência negra"

VI - AVALIAÇÃO DO PROJETO

. Participação do aluno em sala de aula e na apresentação.

VII - PROFESSORES RESPONSÁVEIS

Orlandes Rosa Farias.
Célia Maria Cruz Parra.
Marco Ramos.
Ana Lúcia B. Toledo.
Maria Aparecida Pelegrino.
William César de Oliveira.