domingo, 6 de novembro de 2016

Semana da consciência negra 14

Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.

Ajuste biológico

    O racismo, na sociedade moderna passa por um argumento que procura vincular a vida  nas sociedades como um processo de ajuste biológico em que os mais fortes devem sobreviver em detrimento dos mais fracos. 

Ọmọnìyàn mímọ́ (homo sacer)

Ser  humano excluído de todos os direitos civis, enquanto a sua vida é considerada "santa" em um sentido negativo.  Pode ser morto por qualquer um impunemente.



1. Genocídio de jovens negros e pobres no Brasil.









O Mapa da Violência produzido pela Unesco – braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para a educação, a ciência e a cultura – igualmente atesta o morticínio da juventude negra e pobre do Brasil. Pelo levantamento, em 2002, o índice de vitimização negra alcançou 73 pontos, ou seja, morreram proporcionalmente 73% mais negros no País do que brancos. Em 2012, esse índice subiu para 146,5, fazendo a vitimização negra no período (2002 a 2012) mais que duplicar.

2. Papua Ocidental acusa Indonésia de tortura e genocídio


    O Conflito de Papua é um conflito armado em Papua e nas províncias Papua Ocidental na Indonésia. Dado que as regiões passaram a fazer parte da Indonésia em 1963,  o Movimento Papua Livre (Organisasi Papua Merdeka / OPM) tem realizado um combate de baixo nível. A bandeira de Papua e protestos pacíficos são ilegais e reprimidos. A área é rica em recursos, alimentando o conflito.

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Àdúrà fún ilẹ̀ Papua níhà ìwọòrùn.          
Oração pela Papua Ocidental.
              Olùkọ̀wé (autor): olùkọ́ Orlandes.


Ẹ̀bẹ̀ mi sí Ọlọ́run. 

A fẹ́ òmìnira àti ìdájọ́ fún ilẹ̀ Papua Níhà ìwọòrùn. Gbogbo (èmi, ìwọ, òun, àwa, ẹ̀yin ati àwọn ) ní láti gbé ní òmìnira. Lẹ́hìnnáà, gbogbo ibi (ìsọdibiàmúsìn, ìṣẹlẹ́yàmẹ̀yà, ìninilára, ifipabanilòpọ̀, ikú, ìṣẹ̀lẹ̀ ìdánilóró, ìdáyàfò) yẹ kí ó wà ìdúró. Òmìnira àti ìlómìnira, báyìí àti ní ọjọ́ iwájú. Ìsisìyí àti ní ìgbà tí mbọ̀. Ààmin.

Meu pedido a Deus.

Queremos independência e justiça para Papua Ocidental. Todos (eu, você, tu, ele, ela, nós, vocês, eles e elas) temos que viver em liberdade. Em seguida, todo o mal (colonialismo, racismo, opressão, estupro, assassinato, terror, intimidação) deve ser interrompido. Liberdade e  independência, agora e no futuro. Agora e no futuro. Amém

Àkójọ́pọ̀ Itumọ̀ (Glossário).
Ìwé gbédègbéyọ̀  (Vocabulário).

Ẹ̀bẹ̀, s. Súplica, pedido, petição.
Mi, pron. poss. Meu, minha.
, prep. Para, em direção a. Indica movimento direcional.
, ( conj. pré-v.). E, além disso, também. Liga sentenças, porém, não liga substantivos; nesse caso, usar " àti". É posicionado depois do sujeito e antes do verbo.
Ọlọ́run, s. Deus supremo.
A, pron. pess. Nós.
Fẹ́, v. Querer, desejar.
Ìdájọ́, s. Justiça. 
Fún, prep. Para, em nome de (indica uma intenção pretendida para alguém).
Fún, v. Dar. Espremer, apertar, extrair. Espalhar, desperdiçar, empurrar para os outros. Espirrar, assoar.
Fun, v. Ser branco. Soprar, ventar.
Gbogbo, adj. Todo, toda, todos, todas.
Èmi, mo, mi, n, ng, pron. pess. Eu.
Ìwọ, o, pron. pess. Você.
Òun, ó, pron. pess. Ele, ela.
Àwa, a, pron. pess. Nós.
Ẹ̀yin, pron. pess. Vocês.
Àwọn, wọnpron. pess. Eles, elas.
Láti, prep. Para. Usada antes de verbo no infinitivo. 
Láti, prep. De, desde. É usada depois de um verbo com sílaba dupla e se for seguida de outro verbo. Para verbo de uma sílaba, é opcional.  Èmi kò fẹ́ràn láti jẹ níkàn - Eu não gosto de comer sozinho. Alguma vezes é colocada antes do verbo para expressar propósito. Ó dé lát'àná - Ela chegou desde ontem. Em outros casos, é usada para indicar direção. Ó dé láti ọjà- Ela chegou do mercado.
Gbé, v. Morar, viver em determinado lugar.
Lẹ́hìnnáà, adv. Depois, em seguida.
Ibi, s. Mal, infortúnio. Lugar. 
Ibí, adv. Aqui, cá.
Ìbí, s. Nascimento. Pergunta, questão.
Olùkọ̀wé, olùdásílẹ̀, olùpilẹṣẹ̀, s. Autor, iniciador. 
Àdúrà, s. Oração, reza, prece.
Fún, prep. Para, em nome de (indica uma intenção pretendida para alguém).
Nípa, nípasẹ̀, adv. Sobre, acerca de, concernente a. 
Orílẹ̀-èdè Olómìnira, s. República.
Orílẹ̀, s. Nome que denota um grupo de origem ou clã.
Orílẹ̀-èdè, s. Estado, nação.
Èdè, s. Idioma, língua, dialeto.
Olómìnira, adj. Independente.
Ilẹ̀, s. Terra, chão, solo.
Níhà, adj. e prep. No lado de, para.
Papua Níhà ìwọòrùn, ilẹ̀ Papua Níhà ìwọòrùn, s. Papua ocidental.
Papua, s. Papua.
Ti, prep. de ( indicando posse). Quando usado entre dois substantivos, usualmente é omitido. Ilé ti bàbá mi = ilé bàbá mi ( A casa do meu pai).
Níhà ìwọòrùn, adj. Ocidental.
Ìwọòrùn, apáìwọ̀orùn, s. Ocidente.
, prep. Para, em direção a. Indica movimento direcional.
Mi, pron. pess. Eu.
Mi, pron. poss. Meu, minha. 
Mi, pron. oblíquo. Me, mim, comigo.
Ọlọ́run, s. Deus supremo.
Ẹ̀bẹ̀, s. Súplica, pedido, petição
Ìsọdibiàmúsìn, s. Colonialismo.
Ìṣẹlẹ́yàmẹ̀yà, s. Racismo.
Ìninilára, s. Opressão.
Ifipabanilòpọ̀, s. Estupro.
Ikú, s. Morte.
Ìṣẹ̀lẹ̀ ìdánilóró, s. Atentado terrorista.
Ìdáyàfò, s. Intimidação.
Yẹ, v. Ser conveniente, apropriado, adequado, ser correto.
Ó, pron. pess. Ele, ela. 
Ìdúró, s. Pausa, parada.
, v. Vir. Procurar por, buscar, vasculhar. Tremer de nervoso. Dividir, partir em pequenos pedaços.
, v. Ser, haver, existir, estar.
, V. Cavar. Remar, dirigir. Abraçar, prender, apertar . Monopolizar.
Wà, àwa, pron. pess. Você.
Wa, pron. oblíquo. Nos, conosco. Possui função reflexiva e é posicionado depois de verbo e preposição.
Wa, pron. poss. Nosso, nossa.
, conj.  Que. É a marca do subjuntivo e usada com verbo que expressa obrigação, desejo, permissão, geralmente com o verbo fé ( querer). Ex.: Mo fé kí o wá - Eu quero que você venha.
, conj. A fim de que, de modo que, com a intenção de.
, adv. Antes de. Ex.: kí èmi tó dé - Antes de eu chegar .
, part. Usada entre duas palavras para dar sentido "qualquer". Ex.: Enikéni - Qualquer pessoa. 
, v. Cumprimentar, saudar, aclamar. Visitar. Dever. Ex.: Mo kí i - Eu o saudei. 
Ki, v. Ser grosso, denso, viscoso, compacto.
, v. Comprimir, apertar, pressionar. Proclamar, declinar qualidades. Definir. Pôr fumo no cachimbo. Prender (uma pessoa).
, adv. Não. Faz a negativa dos verbos no tempo futuro e condicional, antes das partículas verbais yíò, ó, ìbá. Fica localizado entre o sujeito eo verbo. Èmi kì ó lọ mọ́ - Eu não irei mais. Kì bá má kú - Ele não teria morrido.
Òmìnira, s. Liberdade.
Àti, Conj. E. Usada entre dois nomes, mas não liga verbos. 
Ìlómìnira, s. Independência. 
Báyìí, adv. Assin, desse modo, dessa maneira, agora.
, part. enfática. Usada na construção de frases, quando o verbo tiver dois objetos, o segundo objeto é precedido por " ní".
, prep. No, na, em. Usada para indicar o lugar em que
alguma coisa está. Indica uma posição estática.
, v.  Ter, possuir, dizer.Transportar carga em um barco
ou navio. Ocupar, obter, pegar.
Ni, v. Ser, é.
, pron. dem. Aquele, aquela. Requer alongamento da vogal final da palavra que o antecede somente na fala. Ex.: Fìlà ( a ) nì - Aquele chapéu. 
jọ́-iwájú, s. Futuro. 
Ìsisìyí, adv. Agora, no presente momento.
Ìgbà tí mbọ̀, s. Futuro. 
Ààmin, àmí, s. Amém, assim seja.

Semana da consciência negra 13


Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.




1. A primeira brasileira

A reconstituição de um crânio de 11.500 anos, o mais antigo da América, revoluciona as teorias sobre a ocupação do continente
Daniel Hessel Teich




       Luzia era uma mulher baixa, de apenas 1,50 metro de altura. Comparada aos seres humanos atuais, tinha uma compleição física relativamente modesta para seus 20 e poucos anos de idade. Sem residência fixa, perambulava pela região onde hoje está o Aeroporto Internacional de Confins, nos arredores de Belo Horizonte, acompanhada de uma dúzia de parentes. Não sabia plantar um pé de alface sequer e vivia do que a natureza agreste da região lhe oferecia. Na maioria das vezes se contentava com os frutos das árvores baixas e retorcidas, uns coquinhos de palmeira, tubérculos e folhagens. Em ocasiões especiais, dividia com seus companheiros um pedaço de carne de algum animal que conseguiam caçar. Eram tempos difíceis aqueles e Luzia morreu jovem. Foi provavelmente vítima de um acidente, ou do ataque de um animal, e não teve direito nem mesmo a sepultura. O corpo ficou jogado numa caverna, enquanto o grupo seguia em sua marcha errante pelo cerrado mineiro. Durante 11.500 anos, Luzia permaneceu num buraco, coberta por quase 13 metros de detritos minerais. Agora, passados mais de 100 séculos, a mais antiga brasileira está emergindo das profundezas de um sítio arqueológico para a notoriedade do mundo científico.

         Desenterrado em 1975, o crânio de Luzia é o mais antigo fóssil humano já encontrado nas Américas. Transportado de Minas Gerais para o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, permaneceu anos esquecido entre caixas e refugos do acervo da instituição. Foi ali que o arqueólogo Walter Neves, da Universidade de São Paulo, USP, o encontrou alguns anos atrás. Ao estudá-lo, fez descobertas surpreendentes. Os traços anatômicos de Luzia nada tinham em comum com o de nenhum outro habitante conhecido do continente americano. A medição dos ossos revelou um queixo proeminente, crânio estreito e longo e faces estreitas e curtas. De onde teria vindo Luzia? Seria ela remanescente de um povo extinto, que ocupou a América há milhares e milhares de anos e acabou dizimado em guerras ou catástrofes naturais? A hipótese de Walter Neves acaba de ser reforçada por um trabalho feito na Universidade de Manchester, na Inglaterra. Com a ajuda de alguns dos mais avançados recursos tecnológicos, os cientistas ingleses reconstituíram pela primeira vez a fisionomia de Luzia. O resultado é uma mulher com feições nitidamente negróides, de nariz largo, olhos arredondados, queixo e lábios salientes. São características que a fazem muito mais parecida com os habitantes de algumas regiões da África e da Oceania do que com os atuais índios brasileiros.

2. Abu Bacar II (africano) descobriu a América



       Abu Bacar II, tio de Mansa Musa, queria encontrar um caminho alternativo para Meca pelo mar. A esquadra embarcou num porto do Senegal  para o Ocidente e atravessou o Oceano Atlântico. Hoje, acredita-se que chegou no continente americano, mais de um século e meio antes de Colombo, que descobriu a América em 1492.

3. Olmecas - A  civilização preta americana


Precursores de maias e astecas, os olmecas criaram a primeira civilização do novo mundo. Seu poder se estendeu por toda a América Central e durou de 1700 a 100 a.C.

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4. Os antigos egípcios usavam nicotina e cocaína 3.000 a.C.

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        Em 1992 uma toxicóloga e médica legista chamada Svetla Balabanova, do Instituto de Medicina Forense em Ulm, na Alemanha, teve oportunidade de examinar a múmia de Het-Nut-Tawy, uma sacerdotisa da XXI dinastia (c. 1070 a 945 a.C.). Com grande surpresa constatou traços de nicotina e cocaína naquele corpo. O extraordinário é que essas duas substâncias só seriam conhecidas no mundo antigo após a expedição de Cristóvão Colombo, 2500 anos mais tarde. Portanto, sua presença em uma múmia egípcia seria totalmente impossível. 

       Com relação à cocaina, existem na África plantas assemelhadas à coca, mas nenhuma delas contém droga. Para os botânicos, a presença de uma planta com as mesmas características da coca americana naquele continente é uma heresia. A verdade é que a hipótese de comércio transoceânico na antiguidade já não pode ser descartada liminarmente e é possível que tenha havido contato entre o Peru e o Egito antigos. É possível que a coca — uma planta sul americana — tenha encontrado seu caminho para o Egito há mais de 3000 anos atrás? A resposta definitiva para essa pergunta ainda não foi dada.



Semana da consciência negra 12


Ọ̀sẹ̀ ti ọkàn dúdú.
Semana da consciência negra.

Ìṣàkóso ti Áfríkà ilẹ̀ tí omi fẹ́rẹ̀ yíkà Ìbẹ́rikà.
Domínio africano da Península Ibérica.

 1. Kartago bí orílẹ̀-èdè agbára ti Áfríkà.

 Cartago como potência africana.

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Disputou com Roma, nos séculos III e II a. C, a supremacia no Mediterrâneo (guerras púnicas). O General cartaginês Amilcar conquistou o sul da Península Ibérica. Dali, seu filho Aníbal, em 218 a.C, desencadeou a Segunda Guerra Púnica. Partindo da Península Ibérica, atravessou os Alpes e chegou à Península 
Itálica. Venceu os romanos em várias batalhas, porém não marchou sobre Roma. Isto possibilitou aos romanos a conquista da Península Ibérica, a destruição de sua base logística e o desembarque na África, levando a guerra ao solo cartaginês. Aníbal, obrigado a retornar a Cartago, foi derrotado por Cipião africano (general romano), em 202 a. C. , na batalha de Zama.

2. Ìsọdibiàmúsìn ti Áfríkà ilẹ̀ tí omi fẹ́rẹ̀ yíkà Ìbẹ́rikà.
 Colonização africana da Península Ibérica.

 Estados e dinastias mouros no norte de África e na Península Ibérica.

Califado Omíada (661-750)
Emirado de Córdova (790-984)
Califado de Córdova (929-1031)
Califado Abássida (750-1258)
Idríssidas (788-985)
Aglábidas (788-909)
Califado Fatímida (909-1171)
Almorávidas (1061-1147)
Califado Almóada (1145-1269)
Nasridas (1145-1492)
Merínidas (1248-1465)




Colonização moura da península Ibérica

Ela foi longa na duração e rápida na conquista. Os mouros precisaram de menos de uma década para dominar a região - que permaneceria sob seu controle durante quase oito séculos. A invasão começou em 711 e três anos depois já dominava a maior parte do território da península Ibérica, para terminar definitivamente apenas em 1492.


O Império Almorávida, um poderoso império berber (1040-1147)









3. Ìsọdibiàmúsìn titun Áfríkà ní Pọ́rtúgàl.
    Neocolonialismo africano em Portugal.

Neocolonialismo - predomínio econômico, político ou cultural de um país desenvolvido sobre outro, menos desenvolvido.

3.1. Agbára omọorílẹ̀-èdè Àngólà ní Pọ́rtúgàl.

O poder angolano em Portugal.





Sinopse

Angola é hoje um dos mais poderosos Estados africanos e uma economia emergente a nível global. Sustentado pelas receitas do petróleo, que, segundo dados oficiais, representam 61 por cento do PIB angolano, o regime liderado por José Eduardo dos Santos gere uma tremenda liquidez financeira que procura aplicar nos sistemas financeiros e economias de vários países, especialmente nos de Portugal. Neste livro fundamental para perceber o que está em jogo, Celso Filipe, um dos poucos especialistas nacionais na África de língua portuguesa, começa por traçar a evolução política e econômica de Angola após o fim da guerra civil, em 2002, e definir com rigor e isenção quem detém o Poder no complexo sistema político angolano. Depois, mostra como os angolanos estabeleceram Portugal como alvo estratégico de investimento, e quantifica essa presença na economia e na sociedade portuguesas.
O Poder Angolano em Portugal de Celso Filipe 

3.1. Àwọn oníhun ọmọorílẹ̀-èdè Àngólà ti Pọ́rtúgàl.


Os Donos Angolanos de Portugal.








Os Donos Angolanos de Portugal
Jorge Costa, João Teixeira Lopes, Francisco Louçã

«…inventariamos as principais redes de relação entre os capitais angolanos e os portugueses, identificando os protagonistas, as suas histórias e os seus interesses. Assim, não se trata de um livro sobre Angola. Não pretendemos analisar o poder angolano e a evolução social ou económica do país, tarefa que incumbe em primeiro lugar aos cientistas sociais e ao processo democrático angolano. Pretendemos unicamente analisar o poder da burguesia angolana em Portugal e as suas relações com a burguesia portuguesa. É por isso um livro sobre alguns dos donos de Portugal, os que são angolanos, e os seus aliados.»A interligação entre os capitais portugueses e angolanos não tem paralelo na história do pós-colonialismo. Este processo de reciclagem da riqueza apropriada pela família de José Eduardo dos Santos e pela elite que a rodeia realiza a maior transformação do capitalismo português atual.


 Isabel dos Santos – Segredos e poder do dinheiro


Isabel dos Santos, em Saint-Tropez, em meados do ano.

Isabel dos Santos é uma empresária angolana,com atividades ligadas aos setores das telecomunicações, da banca, da energia e do retalho centradas no seu país e em Portugal. Segundo a revista norte-americana Forbes, é a africana mais rica, com uma fortuna estimada de três bilhões de dólares. Em 2014, foi considerada como a empreendedora "número um" em África.


Os investimentos da empresária angolana em Portugal

NOS - Controla 50% do capital da operadora de telecomunicações. O restante capital está nas mãos do Grupo Sonae

BPI - A sua holding pessoal Santoro Finance tem uma participação de 18,58% no capital do banco português. Através do Banco BCI controla mais 2,4%, o que lhe dá uma posição de 21%

Efacec - É detentora de dois terços da empresa portuguesa. O outro terço está dividido entre o Grupo José de Mello e a Têxtil Manuel Gonçalves

Banco BIC - É a maior acionista do Banco BIC Português, com 42,5% da instituição bancária. A sua posição foi reforçada recentemente depois de ter adquirido metade do capital que pertencia a Américo Amorim

Galp - Tem uma participação na empresa Esperanza em parceria com a Sonangol. A Esperanza tem 45% da Amorim Energia que, por sua vez, controla 38,4% da Galp

Upstar - Tem 70% do capital desta empresa sediada em Vendas Novas que se dedica às comunicações via satélite